quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Construindo bonecos em três dias

Começou! E começou bem! Na última semana iniciamos a primeira etapa do Projeto de Formação Com a Mão na Luva. A meta: confeccionar 15 bonecos em três dias. O grupo: diversificado, com pessoas experientes, alguns tendo seu primeiro contato com o boneco, pessoas de outras áreas artísticas, homens, mulheres, alguns jovens e outros mais vividos, vindos de diferentes cidades: Itajaí, Balneário Camboriú, Penha e Florianópolis. Quinze pessoas abertas para aprender e trocar experiências!


No primeiro dia (24/11) nos sentamos e fizemos as devidas (e sucintas) apresentações. Rápido, rápido, que o tempo é curto! Lemos seis novos textos de Guaira Castilla: Ciúmes, Medo, O Baú, Erro, Reclamação e O Buraco. O grande grupo se dividiu em pequenos grupos e os personagens foram sendo escolhidos (ou são os personagens que nos escolhem?). 

Antes de colocar a mão na massa, demos uma passeada pela arte de Mauro Caelum, artista plástico itajaiense que há pouco partiu para a morada dos deuses, deixando uma linda obra. As imagens do trabalho de Mauro foram sugeridas como inspiração na criação dos personagens. Às 10h30 da manhã já estávamos colocando a mão na massa, melhor dizendo, no barro, modelando a cabeça de nossos personagens, que são tantos e tão diferentes! Amassa, aperta, tira pedrinha, usa a espátula, coloca um pouco de água, desmancha tudo, começa de novo! Trabalhar com o barro é muito bacana, pois além de nos remeter a algo primitivo (se Adão foi feito de barro, ele era um boneco?), o barro também nos permite o erro, pois é possível remodelar quantas vezes forem necessárias até atingir a forma desejada. 




Do barro passamos para o papel. Cada cabeça recebeu quatro camadas, intercalando o papel jornal com o papel craft, coladas com cola branca sobre o barro modelado. As mesas de trabalho se transformaram em um mar de papel picado. "Ai minhas costas", dizia um! "Que terapêutico, dizia outro!" Secadores de cabelo a mil, acelerando o processo de secagem.







No segundo dia (25/11), com o empapelamento bem seco, fizemos o desmolde. Houve quem se surpreendeu ao saber que as cabeças ficariam ocas, assim literalmente! Cada cabeça foi cortada lateralmente, todo o barro de dentro foi extraído e as duas metades de cada cabeça foram unidas com papel. Depois disso, ajustamos o pescoço (trabalho árduo, com muita cola de contato), trabalhamos detalhes com papel machê, como orelhas, nariz, dentes e os mais diferentes detalhes que sua imaginação permitir! Última camada de empapelamento e o boneco estava pronto para receber a camada de tinta base. 












No terceiro dia (26/11) costuramos o "camisolin" (camisola, camisão ou simplesmente a roupinha básica do boneco) e suas mãozinhas, com o uso de moldes de papel. Tínhamos uma máquina de costura e dois ferros de passar à disposição, ferramentas importantes. Do grupo, pessoas que sabiam costurar e aqueles que nunca haviam pregado um botão na vida. Sem problemas, para tudo se dá um jeito. Ajuda aqui, ensina ali e chegamos lá! Muitos preferiram costurar a mão, outros à máquina, outros pediram ajuda aos universitários! E isso é lindo, pois o que faz um grupo forte é a ajuda mútua, para que todos cheguem lá! O próximo passo foi a pintura e os acabamentos como cabelo, sobrancelhas, cílios, barba e bigode.












E ao final de três dias a meta foi cumprida: bonecos prontos para serem manipulados! Próxima parada: 1º de dezembro!




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